A vida tem-me ensinado q é bom ser pessimista, pq se acontece o pior, uma pessoa nem o sente tanto pq no fundo já estava à espera; se, por outro lado, há um desfecho positivo, sabe duplamente melhor, por ser bom e por ser inesperado.
O mesmo acontece em relação ao amor: Ñ vale a pena ser positivista e criar esperanças. Pq, se é para sofrer, mais vale q seja apenas por ñ ser correspondida, do q sofrer duplamente por ñ haver correspondência e por ver essas esperanças defraudadas.
O pior é q mtas vezes a criação de esperanças ñ pode ser controlada, e acaba-se por ser otimista por mto pessimista q se seja... A consequência é óbvia: o sofrimento é o dobro...
Sentada, na companhia da minha solidão, essa minha única e eterna companheira, contemplo o luar de hj... Depois q li sua mensagem parece que tudo em mim desabou. A noite está gelada, mas perante o frio glacial q assola a minha alma, as temperaturas exteriores ñ me incomodam minimamente.
Ao mesmo tempo q concentro o meu olhar na Lua, esse astro branco e brilhante q ilumina a noite, o meu pensamento foge para o inevitável... Eu sei q a vida é demasiado curta para q se perca tempo a pensar nela, mas o meu viver solitário acaba sempre por conduzir o meu pensamento para essa perda de tempo q é pensar na vida. E o "pensar na vida" acaba, quase invariavelmente, por se traduzir em pensar no insucesso da minha vida amorosa, ou melhor, na sua inexistência...
Continuo a olhar a Lua, e por um momento imagino-me lá. E penso em como tal coisa se compara à minha relação com a espécie humana.
Hj me sinto sozinha, abandonada no meio do nada, longe do mundo e de todos. Mundo esse q, de onde estou, apenas posso ver, admirar, contemplar a sua beleza, mas q não posso tocar, por mto q estique o braço na sua direção. Ñ está ao meu alcance e, por mto q corra ou salte, o máximo q consigo é andar em círculos, sem nunca me aproximar desse mundo onde tanto anseio chegar... Ñ está ao meu alcance.
A conclusão é, mais uma vez, a mesma: o amor é, para esta minha alma solitária, um sonho proibido... uma utopia. E tento consciencializar-me de q o caminho mais fácil para atingir a felicidade consiste em limitar os desejos ou, no meu caso particular, em deixar de desejar o amor, apagar da minha cabeça o querer ser feliz ao lado de alguém, e aceitar a realidade tal como ela se me apresenta. E tentar ser feliz assim. Eu tento. Mas ñ consigo...
Às vezes, em reflexões motivadas por um profundo sentimento de tristeza, pergunto-me como seria se, num ato de desespero, colocasse um ponto final neste texto desmotivante e infeliz q é a minha vida... Quantas pessoas verteriam pelo menos uma lágrima? E, aparte abanares de cabeça e sentimentos de pena, quantas sequer se importariam? Quantas se lembrariam de mim um ano, um mês, ou até um dia depois? Muito poucas, decerto. Ou, excluindo alguns familiares, provavelmente ninguém... Um ser humano ñ vive sem o mundo, mas o mundo vive bem sem um humano, e viveria bem sem mim mais do q toda a gente, pois pareço ñ lhe fazer falta seja a q nível for, e vivo cada vez pior neste mundo q se me apresenta... cada vez mais sozinha, cada vez mais funda neste buraco sem fundo...Se houvesse a possibilidade de colocar um ponto final neste texto, amarrotar o papel e atirá-lo ao lixo, para de seguida pegar numa folha limpa e começar a escrever uma história nova, começando tudo do início, eu o faria. Por outras palavras, se houvesse mais do q uma vida, já teria acabado com esta, podia ser q a seguir encarnasse numa mais alegre, mais feliz... Mas infelizmente ainda to presa nessa vida de solidão e amor impossível, e nada mais resta senão continuar o texto, por muito q custe prosseguir com a sua redação... por muito q custe... nada mais me resta.
Sei q ñ devo, sei q ñ posso... mas insisto. Insisto em cair no mesmo erro, insisto no impossível, insisto no sofrimento, insisto na opressão, na tristeza, pq insisto em pensar q algum dia as portas do amor se abrirão para mim. Mas essas portas ñ são portas, são uma parede sólida e inquebrável q para sempre ali ficará, por mto q eu tente deita-la abaixo; q para sempre se colocará entre mim e esse sentimento q almejo com todas as minhas forças, deixando-me deste lado apenas na companhia da minha solidão.
Por isso, ñ vale a pena insistir. E eu sei q ñ devo, sei q não posso... Mas insisto.
olho para ti, e o meu coração palpita, galopa fortemente, e sofre ainda com mais força. Adoro-te, desejo-te, mas oh… como eu desejava ñ te desejar, pois ñ me desejas como eu te desejo, e deste desejo meu nada mais resulta do sofrimento…
Mas os desejos, as paixões, são incontroláveis, escapam à vontade, são independentes; E assim, o meu olhar foge para ti constantemente, intensifica-se o desejo, imagino-me a amar-te, a percorrer o teu corpo quente, a acariciar os teus cabelos, a sentir o teu cheiro, o sabor dos teus lábios…
E intensifica-se o sofrimento... ao voltar à realidade, enfrento a impossibilidade de tal cenário, sei q por mim ñ sentes o q por vc eu sinto… E, mais ainda, sofro por ñ conseguir te mostrar os meus sentimentos, por ñ achar as palavras para te explicar o qto te quero, o qto te amo, o qto preciso de vc para preencheres este vazio q há em mim, para colorires e aqueceres este meu mundo cinzento e frio, para seres a metade q me falta. Alguém como vc é impossível de encontrar, eu sei, mas nem isso me dá a coragem necessária para te enfrentar e confessar o q vai neste meu coração. No fundo, temo a rejeição q tenho por certa, e também q, ao deitar por terra uma mínima possibilidade q possa ter de q algum dia repares em mim, a esperança desapareça também, e com isso tudo sofra ainda mais… Como eu desejava q vc me desejasses… mas sei q isso ultrapassa os limites do impossível.Te adoro, te desejo, mas oh… como eu desejava evitar este sofrimento... como eu desejava ñ te desejar…